Fonte: NTU/Gazeta de Alagoas
De acordo com a pesquisa Mobilidade da População
Urbana 2017, publicada pela Confederação Nacional do Transporte e
pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, o brasileiro
vê o transporte como o quarto maior problema das cidades, perdendo
apenas para a segurança, a saúde e o desemprego. A necessidade de se deslocar
diariamente para cumprir tarefas corriqueiras é, em geral, um desafio para quem
vive nas cidades de médio e grande portes.
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
revelam que, nos últimos anos, a proporção de pessoas que gastam mais de uma
hora por dia para se deslocarem de casa para o trabalho subiu de 8,9%, em 2011,
para 10,2%, em 2015.
A média de tempo de deslocamento também cresceu. Em 2001,
os brasileiros gastavam 28,7 minutos. Esse número subiu para 30,3 minutos em
2015.
Os incentivos concedidos nos últimos anos à indústria
automotiva geraram a ampliação da frota de veículos no País, agravando ainda
mais o já caótico trânsito nas grandes cidades. A baixa eficiência no uso do
espaço urbano em transporte, ou seja, a escolha que as pessoas
fazem para se deslocar, é um dos principais aspectos que impactam
a mobilidade. Segundo o Instituto de Políticas de Transporte e
Desenvolvimento, enquanto uma pessoa, ao caminhar, ocupa 0,8m², ela pode chegar
a ocupar 60m² se optar por fazer deslocamento similar em um automóvel
particular.
O Brasil e outros 192 países se comprometeram a tornar as
cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e
sustentáveis. Esse é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
das Nações Unidas para 2030. Para alcançar esses objetivos, foram descritas 169
metas - muitas envolvendo a mobilidade urbana. Embora o Brasil já tenha
diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Mobilidade Urbana,
falta implementá-las para que as cidades se aproximem das meta.
Urbanistas apontam que, para essa situação mudar, é preciso
melhorar a qualidade do transporte público, restringir o uso excessivo do
automóvel e integrar os diferentes sistemas, interligando ônibus, metrô, trens
de superfície, ciclovias e áreas para estacionar bicicletas, motocicletas e
carros. São medidas que só podem ser implementadas se houver uma ação integrada
entre o governo federal, estados e municípios.
Investir na mobilidade urbana é investir na
qualidade de vida da população.
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