Engarrafamentos, falhas no sistema de drenagem pluvial, falta de grama nos barrancos, de baias nos pontos de ônibus e de acostamento nas marginais. Estes são só alguns dos problemas identificados na Estrada Parque Taguatinga (EPTG). Na semana passada, uma trinca de quase quatro metros de comprimento e 50 centímetros de profundidade assustou motoristas que passavam no ponto entre uma ponte e a pista marginal da via, no sentido Águas Claras, próximo à saída para a Estrutural.
O reparo foi feito pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e o buraco foi tampado. Embora a reforma da EPTG seja recente – concluída há dois anos –, o DER justifica que o buraco foi provocado pela enxurrada dos últimos dias. “A chuva está quase o dobro do esperado para o mês de novembro. Então, até as águas encontrarem um local de escoamento mais próximo, com a intensidade das chuvas, podem acontecer problemas como este”, justifica o diretor-presidente, Fauzi Nacfur.
Reparo
O órgão garante que as providências foram tomadas para evitar, por exemplo, erosões. “A trinca foi selada e também foi recomposta a talude, que é o aterro que fica na lateral. Assim refizemos a descida d’água”, completa.
Mesmo após um investimento de R$ 306 milhões na EPTG, a rodovia ainda é alvo de muitas reclamações por conta da estrutura inacabada. O motoboy Emerson Kennedy, 35 anos, enfrenta a rodovia até cinco vezes por dia. Ele reclama dos transtornos que passa com frequência. “O trânsito intenso já faz parte da fama daqui, mas nesta época de chuvas estamos descobrindo também que não há sistema de escoamento das águas. Com os alagamentos, o jeito que tem é parar de trafegar e ficar acolhido nas paradas de ônibus”, conta.
Passam pela EPTG 120 mil veículos por dia. Diferentemente de muitos motoristas ouvidos pela reportagem, o DER não considera que a pista esteja em más condições. “Ela está pronta e em plena atividade”, garante Fauzi. Para o representante do órgão, o que constava no projeto original foi concretizado. Quanto às obras que precisam ser feitas, inclusive a ciclovia, ele avisa que o restante entrará em projetos futuros. “Algumas coisas já podem ser contempladas no ano que vem, como a grama nos locais em que ela não estava prevista”, prevê.
Não há falhas, diz DER
Para a empresária Lucilene Araújo, 33 anos, a falta de acostamento nas marginais da EPTG provoca indignação. “Quando algum carro tem uma pane, para tudo. Os engarrafamentos são frequentes, mas imagine com uma faixa a menos!”, reclama.
O DER reconhece que a falta de acostamento nas marginais causa transtornos, mas não admite falta de planejamento na obra. “Quando o projeto da Linha Verde for concluído, os ônibus passarão a utilizar a faixa exclusiva e isto desafogará o trânsito nas marginais. Não podemos reclamar da obra, a pista ficou ótima para andar. As pessoas aprenderam a jogar tudo em cima do EPTG, mas várias outras, como a Estrutural e o Eixão não têm acostamento”, cita o diretor-presidente do DER, Fauzi Nacfur.
A ausência de retornos na pista principal – o que obriga o motorista a rodar mais – e de recuos para os ônibus também são motivo de reclamações. E, com as chuvas, as águas acumuladas na pista invadem as lojas que ficam nas proximidades das marginais. “Tivemos de fazer uma calçada do meio-fio até a loja para evitar alagamentos. Eu gastei mais de R$ 2 mil”, diz a empresária Lucilene Araújo.
http://www.jornaldebrasilia.com.br/site/noticia.php?id=435495
Comentários
Postar um comentário
Muito obrigado pela sua participação, mas cuidado com as palavras. Nós apoiamos a livre manifestação, porém bloquearemos cometários ofensivos ou pornográficos.